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17 de outubro de 2018

Deserto | Anderson C. Sandes



Quem nunca deixou
pegadas na areia?
Quem não sentiu
o pé no chão queimar?
Nesse deserto
toda alma vadeia.
Quem nunca teve
grão vil no olhar?

Tudo já se feriu,
todos andaram em deserto.
Quem nunca sentiu
a dor mansa de perto?
Oh, quem nunca se riu
ao ver que nada dá certo?
Riu e a lágrima caiu,
doce, em olhar aberto.

Tolos... todos andaram
querendo um vau,
fresco e calmo,
sem pedras no fundo.
Como o deserto
é imparcial,
todos... tolos andaram
ali, nesse mundo.

Anderson C. Sandes
quarta-feira, outubro 17, 2018

11 de outubro de 2018

Pena do Tinteiro | Anderson C. Sandes



Onde está a tinta
para minha pena?
Tomei-a, pensando
ser ela tóxica,
não era, todavia.

Onde está a tinta?
Oh, que pena!
Cuspo-a agora
em papel picado
cada palavra vã.

Onde está a tinta?
Ora, tomei-a,
já vos falei.
Tornei-me agora
tinteiro.

Onde está a tinta, oh infeliz?
A tinta habita em mim,
sou eu agora o tinteiro.
E a pena?
Sinto pena de mim.

Basta!

Anderson C. Sandes

quinta-feira, outubro 11, 2018

20 de maio de 2018

Amarelo | Anderson C. Sandes



Começam a amarelar as fotos
dos tempos pueris.
(Bons tempos...)
Amarela o sorriso, 
amarelam alguns livros, 
amarelam as cartinhas,
(onde quer que elas estejam...)
amarelam as memórias 
que não são mais tão claras,
e os ossos, e a pele... 
domingo, maio 20, 2018

9 de maio de 2018

Ave preta | Anderson C. Sandes


Oh, aquela ave preta
sobre galhos rijos cinzentos.
Oh, meu sertão que se encontra verde,
tudo um pouco mais belo.
Mas a ave insiste co'a morte
ao pousar naqueles galhos podres;
podres, mas rijos.
quarta-feira, maio 09, 2018

3 de abril de 2018

Conselhos d'um ermitão urbano | Anderson C. Sandes




Cala-te, oh boca cansada!
Afia tua língua entre os dentes,
Afim de seres mortal,
Afim de não seres banal.

Fala, oh lâmina afiada!
Choca aquele que escuta!
Dá-lhe um golpe de verdade,
Dá-lhe perturbações à alma.
terça-feira, abril 03, 2018

8 de fevereiro de 2018

Da chuva que cai | Anderson C. Sandes




Quão apressadas caem
essas gotas nos torrões.
Como quem sente saudade,
logo voltam a correr, seguem o curso
como fora em outrora.

quinta-feira, fevereiro 08, 2018

24 de dezembro de 2017

Do ser o que é | Anderson C. Sandes




Concentro-me em algaravias amiúdes 
De arquétipos mui caros...
Tento ouvir a todos.
Alguns corifeus de meus valores amados,
Valores escritos em lábaros...
Que se perderam em meio à escatologia,
(E tantas outras "gias")
domingo, dezembro 24, 2017