Pena do Tinteiro | Anderson C. Sandes
Onde está a tinta
para minha pena?
Tomei-a, pensando
ser ela tóxica,
não era, todavia.
Onde está a tinta?
Oh, que pena!
Cuspo-a agora
em papel picado
cada palavra vã.
Onde está a tinta?
Ora, tomei-a,
já vos falei.
Tornei-me agora
tinteiro.
Onde está a tinta, oh infeliz?
A tinta habita em mim,
sou eu agora o tinteiro.
E a pena?
Sinto pena de mim.
Basta!
Anderson C. Sandes